A Alemanha testemunhou uma diminuição significativa na sua população suína, conforme revelado pelo Serviço Federal de Estatística (Destatis) em seu mais recente Inquérito à Estrutura Agrícola de 2023.
Este levantamento, realizado a cada três ou quatro anos e que também inclui explorações menores, mostrou que o número de suínos no país caiu para 22,4 milhões em 1º de março de 2023, de um total anterior de 26,3 milhões em 2020. Isso representa uma redução de 15% na população suína e um declínio de 13% no número de explorações, que passaram de 31.900 para 27.600.
Além disso, o inquérito indicou uma ligeira queda no número médio de suínos por exploração, de 826 para 810. Contrariando a tendência geral de declínio, o número de explorações com porcas reprodutoras aumentou 21% nos últimos três anos, chegando a 7.070. No entanto, a população de porcas reprodutoras diminuiu 19%, totalizando 1,4 milhões de animais.
A ISN, representando os suinicultores alemães, comentou que os resultados do inquérito confirmam as tendências observadas em censos semestrais anteriores, destacando uma “ruptura estrutural” na indústria suína, especialmente na produção de leitões, desde o início da crise múltipla em 2020.
Apesar de uma melhoria na situação econômica recente, muitos suinicultores permanecem céticos quanto ao futuro, citando a falta de segurança no planejamento e o aumento da burocracia como principais causas de insatisfação. A ISN apela ao Governo Federal para que aborde essas questões com urgência, visando uma recuperação sustentável do setor.
Impactos para o Brasil
O consultor de mercado da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (ASEMG), Alvimr Jalles, explica como a crise pode impactar o Brasil e o Estado de Minas: “A diminuição da população de suínos em qualquer lugar do mundo favorece o Brasil em seus mercados de exportação de carnes. Essa é uma das razões que solidamente ocupamos a quarta posição de exportadores de carne suína no mundo com grandes chances de nos tornarmos o terceiro em médio prazo”.